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Pantanal perdeu 61% de água nos últimos 38 anos, aponta pesquisa

27/06/2024 11h14 - Atualizado em 27/06/2024 às 11h14

Em 2023, o território do Brasil ficou um pouco mais seco.

Em todos os meses do ano, inclusive durante a temporada de chuvas, a superfície de água encolheu, aponta levantamento divulgado na quarta-feira (26/6) pela organização não-governamental MapBiomas, uma rede que envolve universidades, ONGs e empresas de tecnologia e que realiza estudos para monitorar mudanças na cobertura e no uso da terra.

A perda registrada no ano ado foi de 3% em comparação com 2022. É como se a água esparramada sobre 5.700 km² tivesse evaporado – o equivalente a cinco vezes a cidade de São Paulo.

Desde 1985, início do período analisado pelo Mapbiomas, a tendência observada no país é de declínio. Especificamente em 2023, a redução foi de 1,5% em relação à média histórica. Atualmente, a água cobre 183.000 km² do território brasileiro, o que corresponde a 2% do total.

“A tendência geral é de perda de água. A explicação para esse cenário é complexa e se deve a vários fatores como mudança nos padrões de precipitação, aumento de temperatura, verões mais quentes e mais longos, mudanças no uso do solo”, afirma à DW Juliano Schirmbeck, coordenador técnico do Mapbiomas Água.

Extremos de Norte a Sul
O impacto dos eventos climáticos extremos de 2023 é um dos destaques preocupantes da coleção de dados. A Amazônia, por exemplo, iniciou aquele ano com superfície de água acima da média histórica e, meses depois, o bioma enfrentou uma seca sem precedentes. O rio Negro registrou o menor índice desde que seu nível começou a ser acompanhado, há 100 anos.

O Pampa, do lado oposto do Brasil, iniciou os primeiros quatro meses de 2023 na fase mais seca de sua série histórica. Em setembro, chuvas intensas começaram a ocorrer no Sul e provocaram inundações, deixando milhares de desabrigados e dezenas de mortos. “A chuva caiu principalmente em cidades que estão dentro do bioma Mata Atlântica, mas a água escorreu para o Pampa e fez com que aumentasse a disponibilidade”, detalha Schirmbeck.

A era dos extremos impulsionados pelas mudanças climáticas, analisa o pesquisador, se mostrou com bastante clareza no ano que ou. “Há anos escutamos dos cientistas que as mudanças climáticas provocariam eventos extremos mais graves e com maior frequência. Isso foi visto nos extremos geográficos do Brasil”, comenta o coordenador da série do Mapbiomas.

A crise no Pantanal
Proporcionalmente, o Pantanal foi o bioma que mais secou desde 1985. Em 2023, a superfície de água anual registrada ficou em 3.820 km², o que representou uma redução de 61% em relação à média histórica. Além da diminuição da área alagada, o tempo em que este terreno fica submerso também caiu.

“O Pantanal é uma das maiores áreas úmidas do mundo e está sob preocupação especial. A superfície de água anual, que permanece pelo menos seis meses, caiu drasticamente, é a maior redução desde 1985”, pontua Schirmbeck.

Há quatro décadas, o Pantanal contava com mais de 65% de vegetação nativa em seu entorno. Atualmente, não a de 40%. Muitos desses pontos concentram nascentes – que ajudam a inundar o terreno – , exatamente por onde avança a fronteira agrícola.

Com o bioma mais seco, a temporada de incêndios começou precocemente neste ano e coloca à prova a sua resiliência. Nas duas primeiras semanas de junho, o número de focos de calor é quase 700% maior que o mesmo período de 2020, o ano da pior crise do fogo até então.

A maior parte dos focos se concentra no município de Corumbá, Mato Grosso do Sul, onde também foi registrada, em 2023, a maior perda de superfície de água proporcional, com redução de 53% em comparação com a média histórica.

Crescimento fabricado
Já a superfície de água na Mata Atlântica cresceu, ficando 3% acima da média histórica. Diversas localidades no bioma registraram altos níveis de precipitação com inundações em áreas agrícolas e deslizamentos.

No Cerrado e na Caatinga, a disponibilidade superficial da água também aumentou. Isso pode ser explicado pela criação de reservatórios e hidrelétricas ao longo do tempo. Atualmente, 23% de toda água disponível no país se concentra em áreas construídas de armazenamento – a maioria está na Mata Atlântica.

Por outro lado, a situação é diferente quando se analisam os corpos hídricos naturais: sua superfície encolheu 30,8% em 2023 em relação a 1985. Metade das bacias hidrográficas do país estavam abaixo da média no ano ado.

“No Brasil, o ambiente natural está secando. O ganho de superfície é no ambiente antrópico, construído pelo homem. Isso vai na contramão das soluções associadas à água recomendadas num clima em mudança”, afirma Schirmbeck, referindo-se a soluções baseadas na natureza como cidades-esponjas e preservação de áreas úmidas.

Essas estratégias permitem o armazenamento de água da chuva no solo que, aos poucos, escorre para os rios. Elas ajudam também a evitar enchentes nas grandes cidades, como as que ocorreram no fim de abril e começo de maio no Rio Grande do Sul.

De cientista a refugiado climático
Os dados do Mapbiomas Água usam como base as imagens do satélite Landsat 5. Ele faz parte de um programa da agência espacial americana Nasa e integra a rede de observação mais contínua de toda a Terra. Embora a antena do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) capte desde a década de 1970 as imagens do Landsat, a cobertura do território brasileiro de forma sistematizada se deu a partir de 1985.

Morador de Roca Sales, no Rio Grande do Sul, Schirmbeck precisou se refugiar em Belém, Pará, para finalizar a pesquisa sobre o cenário de 2023. Ele deixou a cidade gaúcha em 10 de maio depois das enchentes recordes atingirem duramente o cotidiano da família.

A casa construída em 1944 onde moravam os pais do pesquisador foi alagada. O casal de idosos foi retirado pelo telhado numa madrugada. A residência onde vivia com a esposa e a filha, de cinco anos, ficou isolada devido a um deslizamento de terra e perdeu a conexão com a rede de energia elétrica.

“Eu também virei um refugiado climático. Tudo o que estamos registrando é um alerta para repensarmos urgentemente a nossa relação com o meio ambiente, para darmos importância aos estudos científicos, aos dados, na tomada de decisão pelas autoridades”, comenta ao relatar a experiência.

(Fonte: DW)

 

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